Thursday, July 05, 2007




Vi o desenho magnífico de uma mulher
de pujante porte e gracioso pudor
Quem o desenhou foi o glorioso amante
da sua beleza de musical escultura
Era o ouro das giestas que cintilava nas suas coxas
sob labareda verde dos seus cabelos
A sua inspiração era um vento redondo
que enchia as suas coxas e lhe dilatava a proa do peito
Eu nao precisava de conhecê-la conhecia-a já
na plenitude das árvores como se estivesse com ela sentado
[sobre um tronco
A energia que recebíamos era de uma intensidade verde
como um fogo felino duramente concentrado
Assim imaginava o que poderia ser real e nunca seria
porque embora a fruição artística me impelisse para além dela
era nela que tudo se consumava em extensa coroação
Ah porque nao são estas linhas linhas de ouro
por que nao se vê a fragância musical desta mulher
na sua plena redondez na sua maturidade entre o azul e o
[vermelho?

(António Ramos Rosa)

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